Caros amigos,
Neste dia em que se assinala a comemoração de meio século do Tratado de Roma e a ressaca de mais uma grandiosa reunião kalash, marcada por momentos de grande euforia (Quaresma, tens culpa no cartório!), ansiosa concentração (o 1º golo nunca mais chegava, porra...) e carinhosa intimidade (as linguas em rota de colisão, as caricias do Rocha no meu escalpe, etc) eis que este vosso humilde companheiro de armas, mas principalmente de copos, se digna ao trabalho, ganha a coragem e (permitam os deuses!) convoca uma suficiente dose de inspiração para postar um pequeno (ou não, a ver vamos) monólogo que não o faça corar de vergonha face aos Colossos Das Palavras que são os membros constituintes da nossa querida KalashCrew.
Antes de mais, uma pequena nota de agradecimento à nossa grande amiga Jo, a Verdi, que, sendo a mais nova em idade e das mais novas no que diz respeito à membership desta grande Irmandade, foi a 1ª a ter BALLS para criar algo que estendesse a magia Kalash pelos mundos cibernéticos que tão presentes e importantes se tornaram nos dias que correm!
Já és unica e especial no seio deste nosso grupo... Parabéns e obrigado por, de certa forma, fazeres do teu dinamismo o nosso também!
Feita a introdução e postos os agradecimentos, passemos a coisas (ainda mais) sérias:
Quando, após um longo dia laboral, dorido no corpo e na mente, sento-me à frente deste mesmo monitor e procuro as ultimas do mundo, torna-se incontornavel a tristeza que me invade cada vez que leio as headlines dos principais sites informativos. Sinto um misto de dor e inconformismo ao ser inundado com o negativismo que reside em toda uma panóplia de desgraças dos mais variados generos que rasgam através das noticias. Parto então numa tentativa árdua e quase sempre frustrada para tentar descortinar os motivos que levam a que tanta atrocidade e injustiça teime em florescer entre nós, entre todos.
"O que se passa com esta gente?", pergunto eu. "Será isto possivel?", "Porque insistimos em ser tão vis para nós proprios?". Não é, no entanto, de todo dificil chegar a uma conclusão. Basta olhar para tudo aquilo que é a Historia do mundo, os chamados grandes acontecimentos que se desenrolaram com o passar dos seculos e com o definhar da existencia Humana, aqueles que através da sua intensidade marcaram e até de certa forma escreveram o destino da Humanidade... Este mundo está repleto de ganancia e cobiça. O resto vem por acrescimo, são "meros" danos colaterais, simples na sua natureza mas devastadores nos seus efeitos.
Todas as guerras que mancharam de sangue este mundo, todas as vagas de fome que afectam os povos desfavorecidos e que por toda a parte espalham a morte, todas as grandes injustiças que fustigam as sociedades espalhadas pelo planeta devem-se a essa terrivel caracteristisca do ser humano, que é querer mais... e mais... e mais. Querer para si, não para o seu semelhante.
Por esta altura já todos vocês estão a pensar "que raio tem esta seca de post a ver com a Kalash??" Pois bem amigos, a isto respondo-vos: o mundo não é só miséria, injustiça, maldade e tristeza e a Kalashcrew é o exemplo vivo, no qual todos nós podemos pegar, disso mesmo.
Poderei, eventualmente, estar a dramatizar em demasia na opinião de alguns de vós, mas se formos suficientemente conscientes e pensarmos bem, constataremos que realmente existe algo de especial na Kalash, algo que o tempo não conseguiu enfraquecer e que a constante evolução das circunstancias nas vidas de cada um nós não conseguiu eliminar. PESSOAL, ISTO É UNICO!!
Quem me dera que o mundo fosse uma gigantesca KalashCrew... Quem me dera que o mundo tivesse a nossa capacidade de partilha e afecto... Quem me dera que por todo o mundo existisse a mesma iniciativa de ajuda e apoio quando algum de nós, por um qualquer motivo, sente-se desolado e perdido... No fundo, quem me dera que o mundo fosse tão unido quanto nós!
"Nós" somos todos, todos somos um só!
Por tudo isto e muito mais, um grande e mais-que-sentido obrigado pela vossa existencia na minha vida.
Jaime