quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Love comes back to you




Não posso deixar de concordar com o devaneio do amigo Carreto. Parece que nesta altura vivemos numa espécie de pânico das massas, em que está na moda ter medo de tudo e de todos. "Hoje em dia é preciso ter muito cuidado", "já não se pode andar na rua à noite" ou "o mundo é muito perigoso" são expressões cada vez mais ouvidas e pior, cada vez mais sentidas por uma sociedade que aprendeu a absorver tudo o que vem dos média e a tomar como suas as "preocupações" que os muy respeitados comentadores exibem. Torna-se sempre mais fácil deixar que os outros pensem por nós, afinal são pessoas com estudos e que estão na tv, como se isso fosse condição essencial para desenvolver o intelecto e raciocinar o mundo.
Sim, o mundo é perigoso, tudo à tua volta pode atentar contra a tua vida ou afectá-la seja de que forma for, mas para mim sinceramente sempre o foi. Desde os australopitecos que se matavam uns aos outros para ter acesso à melhor fémea, passando por sociedades que usavam o sacrifício como forma de serem poupadas à ira desse ou desses seres magnificientes. Idade Média, querras e mais guerras, mortes e mais mortes; o Renascimento com o advento de novas armas cada vez mais sofisticadas; impérios forjados pela conquista e escravidão. Mesmo antes de nós nascermos o mundo assistiu às duas guerras mais devastadoras de sempre, com milhões de mortos e uma nova e poderosa arma capaz de eliminar centenas de milhares de "inimigos". O mundo de hoje é uma consequência desses milhares de anos de "civilização". O mundo de hoje é perigoso, o mundo de ontem também. Será essa a nossa forma de equilíbrio? Talvez, mas eu não quero isso, quero paz, alegria, amor, sorrisos, felicidade, e lutarei em mim para o proporcionar. Irónicamente, amo o meu país, cuja maior era corresponde a um desses impérios forjados através de imensas coisas más. Mas junto com o mau está sempre o bom, e é isso que temos que procurar. Amo a coragem, valentia e, porque não, ambição que levou os meus antepassados nascidos nesta terra a deixar tudo para trás. Fosse em nome de quem fosse, foi um exemplo para o mundo e é disso que me orgulho. O mundo de hoje, tal como o de ontem, tem tanta coisa má, mas ainda tem mais boas. Encontrem-nas dentro de vocês e vivam bem com isso.

RCaturra, do seu período reflectivo.

1 comentário:

Joao Pereira Rocha disse...

O meu comentário ao poder dos media está escrito no post abaixo. Todas as situações que referiste são de facto de temer e quase o suficiente para não sairmos do nosso bunker. Mas, na minha opinião, o mais grave é que vejo que muitas pessoas que me rodeiam já nem sabem o que é bom e mau, estão paralisadas, sem capacidade de fazer escolhas, sem motivação para fazê-las, e pior sem confiança!Por isso, sem dúvida que o viver talvez passe por nos agarramos às coisa boas para ultrapassarmos as más mas talvez fosse melhor olharmos para dentro de nós para acharmos o nosso caminho e não bloquearmos pela intoxicação de situações que estão à nossa volta
Abraço