segunda-feira, 30 de junho de 2008

Log de uma viagem à Suíça, ou Suisse, ou Schweiz, ou Svizra, ou Svizzera - Parte IV Final

Eis o grande dia: Portugal-República Checa.
Há muito que havia sido decidido que neste dia iríamos para Genebra, o centro do acontecimento, misturar-nos com o povo, livres como uma mosca, rápidos como o gafanhoto, inteligentes como o leão, invisíveis como.... esqueçam.
Após pequeno-almoço e sessão matinal de fotografias artísticas, que o pequeno Flávio tanto apreciou, e cujos êxitos incluíram fotografia à parede 1, fotografia à parede 2, fotografia à parede 3, fotografia à porta e fotografia à perna do Zé, partimos a caminho da felicidade geneviana.
1ª paragem, Neuchâtel. Decidimos ir lá ver aquilo, o hotel Beaux Rivage, a cidade, e descontrair por lá de manhã e almoçar (até porque ficava no caminho). É uma terra interessante, calma, mas esperávamos ver o povo todo lá em frente ao hotel à espera dos jogadores. Descobri ontem, mais de 2 semanas após o regresso que os gajos tinham passado a noite num hotel de Genève, o que de repente explica muita coisa. Mesmo assim ainda deu para tirar uma foto ao camião de apoio da FPF. Almoçámos por lá, num restaurante muita bom, e foi interessante ver a ginástica do Zé para pedir um café cheio. Apesar de ter demorado meia hora, e do membro kalashniano em causa ter dado o seu melhor, este teve que se contentar com um café normal - a malta suiça não brinca em serviço, ou é como mandam as regras ou não é, mai nada.
Seguimos então para Genève, entusiasmadíssimos com aquilo tudo. Passava um português e parecia que éramos campeões, passava um Checo e a tensão até dava para criar electricidade suficiente para abastecer Lisboa durante um ano, tudo na amizade portanto.
Chegámos à cidade, estancionámos, e fomos passear à procura da fanzone lá da terra, abastecendo-nos de cerveja ao longo do percurso, já que alimenta e até tava calor na altura. E ainda deu para apreciar os dotes de poliglota do amigo de viagem, em que ele perguntava em inglês, respondiam-lhe em francês e ele agradecia em espanhol, um sortido sublime de latim.
Entrámos na fanzone, recarregámos os copos, pusémo-nos em frente ao ecrã, cantámos o hino, saltámos com o 1º golo, ficámos um bocadinho tristes com o empate e chegou o intervalo. E o que se faz sempre no intervalo? Procura-se mais cerveja por que a coisa até nem tava a correr bem. Numa dessas barraquinhas ocorreu um dos melhores exemplos do que é uma competição destas e do espírito fantástico presente. Um dos checos tava lá falar para uns portugueses e sai-se com esta:
-Come on, you are a bit scared of us, just a little bit.
E eu entrei na festa:
- Just a little tiny bit.
E o gajo:
- Who is Ronaldo??
- You'll see in the second half.
- No problem, I only hate Germany, France, bla bla bla bla
E eu:
- You hate everyone.
- No, I like Portugal, I like Spain, I like Italy...and I like you, and you, and you, and you (apontando para todas as pessoas presentes.)
Ok, só lá estando para achar piada.
2ª parte, ganhámos, grande festa entre todos, checos, portugueses e ... portugueses, aquela merda era toda nossa. Vendiam-se bifanas, sardinhas, caracóis. Carros, motas, buzinas, tudo a fazer barulho na rua, parecia o marquês.
Quando fomos levantar guito apareceram-nos umas quengas zucas a cravar-nos uma caipirinha no bar/casa de meninas do lado. Resposta óbvia: se vocês dançarem um créu nós vamos. Aqui apesar de elas dizerem que não podiam pois estavam a trabalhar, é certo que também começaram-se logo a abanar - seria interessante estudar os efeitos da palavra créu sobre os indivíduos brasileiros do género feminino, aquilo deve despoletar qualquer coisa no cérebro pois até qualquer senhora idosa de cadeira de rodas se põe a abanar o rabo ao ouvir a dita palavra, terá efeitos bastante terapêuticos portanto.
A folia continuou, livrámo-nos de dois tugas ciganos que queriam ir connosco "lá para uma discoteca", tirámos fotos com um GNR de serviço, com os repórteres da TVI e queríamos mais mas, o pessoal de Genebra é muita pacato - expulsaram-nos da Fanzone, após muito tentarem já que ninguém queria ir embora, e então ouviu-se um "e esta merda é toda nossa", mas continuámos a festa lá fora - e nos bares gajas nem vê-las, por isso tivemos que ficar por ali e regressar à base.
Destaque neste dia para o vídeo onde eu e Zé aparecemos na Tv a saltar e a cantar as músicas de intervenção da altura, algures no minuto 2:20.

No dia seguinte, último da nossa estadia, aproveitámos para passear um pouco por Windisch e relaxar. À noite fomos jogar snooker, um duelo de Titãs entre os imigrantes e os turistas, ou seja, Pedro e César contra José e Ricardo. Apesar de toda a mestria que Pedro aparentava possuir em relação ao dito jogo (este senhor dava-se ao luxo de possuir um taco pessoal), a vaga ribatejana varreu o cantão de Argus por completo, tendo o resultado ficado nos 10-1, e após desistência do adversário, que pensou não ser necessário mais humilhação.
Dia seguinte apanhou-se o avião e chegou-se à capital do império, onde um sol radiante e um calor sufocante aguardavam a chegada dos dignos representantes Kalash.
Grandes férias, grande semana, grande experiência.Em 2012 há mais, Polónia e Ucrânia esperem por nós!

1 comentário:

Timbuktu disse...

Huummm....não sei se acredito nos 10-1...Um taco pessoal!!!Havia um taco pessoal!!!
Belas aventuras...Obrigado por partilhares esses momentos aqui pelo pessoal:)Quem são os próximos?