domingo, 2 de março de 2008

Palavras para quê...

Já que se anda numa de partilhar pensamentos e músicas, porque não partilhar um pequeno pedaço de literatura convosco... tanto pelo que tem de simplicidade como o que tem de verdade é um dos meus preferidos.


NEGRUME

De tanto olhar o sol, queimei os olhos.
De tanto amar a vida, enlouqueci.
Agora sou no mundo esta negrura,
À procura
Da luz e do juízo que perdi.

Cego tacteio em vão a claridade;
Louco, cuspo no rosto da razão;
E deambulo assim
Dentro de mim,
Negação a negar negação.

Miguel Torga

3 comentários:

Timbuktu disse...

Tão poéticos que eles andam...

Joao Pereira Rocha disse...

jogo engraçado de palavras...gostei

Anónimo disse...

granda pedra ke o miguel devia ter nesse dia ! Rui Caturra